Eterno retornar.

Saio de casa, pro meu quintal, quero novo ar, me refrescar,

me surpreendo com o que vejo ao céu olhar.

Uma lua deitada plena, me chama a deleitar,

Me convida para diante da noite me adentrar.

Pensando ser um sonho desço os olhos para o chão,

mas virando-se para casa, levo um grande susto então,

voltara ao passado, era grande e tinha abaixo uma taberna,

fui convidado para adentrar no meio de uma grande festa.

Comemoravam adentro a essa em uma grande mesa,

a chegada do solstício, celebravam a mãe natureza.

Brindavam com vinho, lágrimas e com grande clamor,

a chance de viver a vida, plantando, colhendo, amor.

Afora a taberna uma grande fogueira em meu quintal,

em volta a ela, homens e mulheres dançam em um ritual.

Entro nessa dança e ao desviar aos céus o meu olhar,

volto pra minha casa, com novo ar, em meu eterno retornar.

Abraços poéticos.

Ao regressar na essência do meu ser, descobri que o futuro é feito de passado, e que o presente é onde pode acontecer, o encontro desse tempo desafinado.

Fernando Vieira de camargo