CONTEMPLAÇÃO

Na praia deserta,

brincam de esconde-esconde

as Maria-Farinhas.

No espelho da areia,

duplica-se o silêncio,

reflexos de saudades de um paraíso distante.

A tarde se aquieta.

Ondas preguiçosas acariciam a areia.

Surfam as tatuíras. E depois se escondem.

Uma canoa abandonada.

Parado, o tempo. As sombras

se espicham. Alonga-se o meu pensamento.

Lentamente, o sol se põe.

Uma lua enorme e redonda,

emerge do mar imenso clarão.

Nas rendas de espuma branca

bordam-se reflexos

irisados de luz.

Pleno, o momento.

Em silêncio, com olhos de dentro,

medito.

Contemplo a beleza

de um lar prometido,

escondido dos olhos humanos.

Ondas de certezas vão e vem,

lambendo os meus pés.

Solitude, comunhão com o além.

José de Castro
Enviado por José de Castro em 05/05/2010
Reeditado em 20/01/2012
Código do texto: T2238706
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