a novena
a toalha deitada
o guardanapo sorrindo
o pano-de-chão desdentado
o tapete exigindo
que todos tirassem os sapatos
nesse contexto sobrenatural,
que tal soluçarmos
antes de provarmos o café?
haveria espaço
para uma pergunta indiscreta?
por que as crianças não vieram?
a vassoura atrás da porta
admitiu que ficara ali
por um tempo mais que suficiente
bastaria simplesmente
que todos tirassem suas roupas
pra começar a novena
que pena
a chuva esquecera da gente...
Rio, 23/04/2010