NOITES
NOITES
Joyce Sameitat
Noite suave com milhões de estrelas;
E eu aqui nesta solidão tão vazia...
Talvez eu possa sem querer entretê-las;
Com a alma que pisca em agonia...
Caminho nos meandros da madrugada;
Tentando talvez a minha vida reformar...
Enquanto por algo invisível sou amada;
E que está bem acima deste forte brilhar...
Imensidão com gosto de puro mistério;
Que faz todo o meu coração reverter...
Bate ao contrário e muito mais que sério;
Tentando alguma coisa sutil me dizer...
E as estrelas continuam brilhando;
Meio deslocadas de onde surgiram...
Sinto a minha alma aqui sangrando;
Pela falta dos sonhos que já partiram...
Noites que surgem esvaindo-se em alvoradas;
Enquanto aqui fico pelo novo ocaso a esperar...
Sinto a cada dia que todas foram incineradas;
Até a próxima florescer e me deslumbrar...
Fico a observando entre as sombras geradas;
Pela luz da lua quando ela trás seu luar...
E a alma entre meio triste e também magoada;
Põe-se como sempre de leve a suspirar...
Quer deste vazio ser totalmente liberta;
Sentir da juventude novamente o pulsar...
E em cada estrela que olha enxerga;
A esperança deste sonho concretizar...
São Paulo, 02 de Maio de 2010