Adolescer dos Versos
Sempre mirei compor um poema perfeito
Onde os versos estivessem em douradas molduras
E as palavras se encontrassem suaves
Flutuando cálidas nas paisagens mais puras
Destra, conjecturei versos púberes
Vocábulos inéditos para o completar
Sem sobejar em mágica sonoridade
Derramada em fonte, lúdica a encantar
Sempre ousei alçar dos lábios ternos
O néctar frutificando melodiosas canções
E desfizesse essa minha tola escassez de palavras
Não fossem estas, lapelas de ocasiões
Se os versos não me vieram rimados
E nem tampouco se dispuseram para mim
E por que ainda estão verdes
Ritmicamente enlaçados em árvores claras de cetim
Transpus meu tempo cutucando estrelas
Com esteios de sonhos a cair em cadentes
Sobriamente, para as quais, eu poderia pedir
Ser criança, ser traquina e lançar-me cauta em risos
No som inconfundível desse levado existir