Calo...

Calo...
Toco o ninguém do meu estar só.
Meu eu percorro, indivíduo sujeito,
menino tímido, quieto, sem dó.
Conclamo paciente espaço,
recolho o que sou...Calo.

Eu e Deus...secreto interior.
Num ninho de origens,
invisivel aos olhos de carne.
Palavra alarido ensaia,
espalha entretida em frêmitos envolvida.
Insiste o disperso, quer distrair...Calo.

Circuitos mentais repousam.
Murmúrio olha o silêncio,
namora o mistério ao lado de si,
fecunda palavras com alma, ali...Calo.

Nasce o melhor de mim...
Entôo sereno, cânticos gratos, falando de paz.
Ondas visitam o templo sagrado da alma,
no íntimo, a prece...tudo se acalma...Calo.

Calo a palavra,
Só coração e essência.
Absorvo a luz do mundo invisível que emana,
aos poucos fluo, grato me integro.
Me entrego,
Calo...