Impróprio
Talvez isto seja só um espasmo
Da mão revezando caligrafias
Mas eu queria confessar
Meu tesão descontrolado.
Quem sabe por aquelas
Que devesse ver apenas como amigas
Não sei
Se ao suspirar-lhas aos ouvidos
Ponho tudo a perder.
Os abraços
Pueris
Mas sinceros
E inspiradores
Que gotejam aqui e acolá
Em meio a todo respeito
Que não transgrido.
Quisera abandonar meus sistemas
E valores repressivos
Deixar por terra
Todo este medo
Que é no fim pouco mais
Que uma covarde estupidez.
Por que ter medo
De dar prazer?
Por que a ação mais desejada
É também a mais pavorosa?
Quisera fazê-las todas gozar
Doze treze mil vezes
Enquanto retenho toda minha proteína
Pra não perder o pique.
Sem artimanhas
Só queria amá-las
Livre de toda censura.
Mas aonde cheguei
Foi só numa confissão
De uma página.