MOVIMENTO PERPÉTUO

E se virássemos a ampulheta

Voltaria o tempo passado no presente

E esse, revirando a ampulheta, o passado novamente?

É a linha desconhecida.

O infinito no recomeço e sucessivamente.

É o tempo deste e doutros tempos.

E o futuro, o devir e seus mistérios?

Nada mais, tudo mais no seu mínimo

O ventre fecundo, um novo ser e suas mais dúvidas que certezas

Sem pressa e devagar no tempo do tempo

A brisa do mar

A maresia e seus frutos.

Bendito seja aquele e outros mais

É o tempo que chega e fica

E impera nossas vidas e pensamentos.

Momentos do tempo a transcorrer e de manhã, o Sol nascer

Primavera, um quadro ou apenas a tela

Nada é quando tudo é

Nada chega sem ter partido

É o tempo.

Sem história

E a memória que lembra dos tempos passados

O futuro o que é?

Quem quer saber?

Que se viva a vida e suas loucuras

Sem razão ou loucamente apenas viver

Sem planos, contas ou carnês

Prá que antecipar tempos.

Em paralaxe novos olhares

E novos tempos

Depende do ângulo.

E tão somente apenas

Dar ao tempo tempo de ter seu tempo

É isso e nada mais

Tentei e não consegui

O tempo venceu a batalha

Ninguém virou a ampulheta.