LAÇOS
LAÇOS
Joyce Sameitat
Pensarei com todo o meu coração;
O que em mim está acontecendo...
Tento externar uma forte emoção;
Que no fundo está se prendendo...
E nesta tarde com ar tão noturno;
Desfio a noite que não chegou...
Percorro meu ser como um vulto;
Que quer mas não se manifestou...
Vibro com o vento que me toca;
Com ares frios e até gementes...
Enquanto minha alma esboça;
Vapores internos muito quentes...
E a garoa que havia daqui sumido;
Resolveu com timidez se mostrar...
Sinto nos ventos um sutil gemido;
De quem quer com força até ventar...
E meu coração está forçando a barra;
Para desprender o que em mim afundou...
Descobre que são muitas máscaras;
Que a vida agitada em mim bordou...
Não as quero mas de forças preciso;
Para cortar os fortes laços formados...
Não vou ficar com este triste prejuizo;
Deste jeito em mim tão embaraçado...
A noite devagar vai agora chegando;
Trazendo um frio bem transparente;
Vou deixar os laços irem congelando;
Até se partirem a sós e naturalmente...
São Paulo, Dezembro de 2009