DO ÍNFIMO AO SUMO

No início uma compacta massa,

Não lhe conheciam o cerne.

Aos poucos descobrindo-lhe,

Via-se a massa preenchida,

De espalhadas cruzes positivas,

Envolvidas pelas negativas.

Vislumbra-se agora o núcleo,

A acercar-lhe, o negativo,

Girando em seu entorno,

Como planetas em torno do sol.

Formam nuvens em camadas,

Em órbitas circulares e concêntricas,

Dual natureza, nem estático, nem fixo,

Provavelmente se encontra,

Onde possa achar o seu par.

Sou assim feito o átomo,

Descoberta pouco a pouco,

Evoluo da massa bruta,

Enquanto não apuro o núcleo,

Já percebo o complemento,

Na positividade esparsa,

Com negativo envolvimento.

Vislumbro agora o cerne,

A negatividade a rondar-lhe,

Fazendo cirandas a sua volta,

Como planetas, invejados do sol,

Acercando-lhe desejosos,

De sua luz e calor roubar.

São nimbos, tristeza e desamor,

Dispostas nas camadas de dor,

Nas órbitas circulares,

Que rondam a minha mente,

Concentricamente.

Na dualidade da natureza,

Um ser não é só mente,

Tem alma de complemento,

Repleta de sentimento,

Não deixa estática a vida,

Nem a fixa em lugar algum,

Provavelmente a alma se encontra,

Onde uma outra se esconde,

Perdida e clemente de seu amor.

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Nota: a primeira parte do poema refere-se (breve síntese) à evoluçao dos modelos atômicos propostos, desde a descoberta do átomo.

Celêdian Assis
Enviado por Celêdian Assis em 14/04/2010
Código do texto: T2197423
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