DO ÍNFIMO AO SUMO
No início uma compacta massa,
Não lhe conheciam o cerne.
Aos poucos descobrindo-lhe,
Via-se a massa preenchida,
De espalhadas cruzes positivas,
Envolvidas pelas negativas.
Vislumbra-se agora o núcleo,
A acercar-lhe, o negativo,
Girando em seu entorno,
Como planetas em torno do sol.
Formam nuvens em camadas,
Em órbitas circulares e concêntricas,
Dual natureza, nem estático, nem fixo,
Provavelmente se encontra,
Onde possa achar o seu par.
Sou assim feito o átomo,
Descoberta pouco a pouco,
Evoluo da massa bruta,
Enquanto não apuro o núcleo,
Já percebo o complemento,
Na positividade esparsa,
Com negativo envolvimento.
Vislumbro agora o cerne,
A negatividade a rondar-lhe,
Fazendo cirandas a sua volta,
Como planetas, invejados do sol,
Acercando-lhe desejosos,
De sua luz e calor roubar.
São nimbos, tristeza e desamor,
Dispostas nas camadas de dor,
Nas órbitas circulares,
Que rondam a minha mente,
Concentricamente.
Na dualidade da natureza,
Um ser não é só mente,
Tem alma de complemento,
Repleta de sentimento,
Não deixa estática a vida,
Nem a fixa em lugar algum,
Provavelmente a alma se encontra,
Onde uma outra se esconde,
Perdida e clemente de seu amor.
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Nota: a primeira parte do poema refere-se (breve síntese) à evoluçao dos modelos atômicos propostos, desde a descoberta do átomo.