RETRATO DA ALMA

Como espectro se desenham

Sombras frias entranhadas

Da meia luz que ilumina

Metade de um lado obscuro

E na outra clara metade

Brilho que às vezes ofusca

Ou ilumina o melhor de mim

Imagens projetam idéias

Pensamentos refratam ações

Espelham íntimas ânsias

Em devaneios e reflexões

São ondas que perpassam

Confusos feixes de raios

Distorcem imagens reais

Na parte opaca de mim

Na outra iluminada metade

A luz se propaga em ondas

Para abissais labirintos

Via das minhas entranhas

Abstrato, ninho subjetivo

Abjuro o abjeto abismo

Redundante instropecto

Deste agônico solilóquio

Resgato-me na superfície

Na ruptura da interna rusga

Desenham outros espectros

Do concreto que me acerca

No objeto inacessível

Do circunlóquio que fiz.

Celêdian Assis
Enviado por Celêdian Assis em 13/04/2010
Reeditado em 13/04/2010
Código do texto: T2194888
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