ESPECTATIVA
ESPECTATIVA
Joyce Sameitat
Mares revoltos fluem do meu coração;
Meus olhos pingam poças verdejantes...
Palavras disparam formando canção;
Em minha mente que é bem errante...
Em contrapartida a alma murmura;
Pensamentos lógicos e discrepantes;
Que ao léu e por ai ela vai e captura;
Como que uma sombra deslizante...
Uma balança invisível se forma;
Tentando pesar minhas medidas...
Se sou fria, quente ou até morna;
Mas não sei se ela é bem precisa...
Sou mais sentimentos que razão;
Deixo-me levar cativa dos ventos...
Comigo segue assim o coração;
Não vejo razão nos sentimentos...
Na espectativa de tentar descrever;
Nem que seja um deles apenas...
Não existem palavras para dizer;
O que pesa menos que uma pena;
E tantas coisas vêm a conter...
Peço socorro para a razão;
Que me olha com certo espanto...
Dos sentimentos e coração;
Ela não conhece sequer um canto...
São Paulo, 13 de Abril de 2010