ILUSÓRIO
ILUSÓRIO
Joyce Sameitat
Eu espicho minha sombra em outras fantásticas;
Criadas entre folhas no vento a farfalharem...
Com pensamentos e idéias meio estáticas;
Ficam então meus olhos a só observarem...
É um bailado muito louco o que desenvolvem;
Que me toma devagarinho toda imaginação...
Enquanto na ventania assim se revolvem;
Embaralham-se sentimentos no meu coração...
Soltam-se folhas das árvores aos montões;
Mesclando-se as sombras que ainda dançam...
Muitas se atropelam e voam aos borbotões;
E mais sombras ainda ao chão elas lançam...
Minha mente tomada pela cena que ocorre;
Embrulha-se ao outono com facilidade...
Mensagens eu capto no meu ser que devolve;
Imagens bordadas de sombras de saudades...
Tento resgatar a minha entre tantas que vejo;
Porém não consigo mais descobrir qual é...
Vou ter de esperar acalmar do vento o desejo;
De furioso com elas dançar um estranho balé...
Se me afastar para a escuridão;
Não sei se ela me acompanhará...
Pode seguir folhas que murcharão;
E não sei se comigo ainda estará...
Ela é a marca de que não sou ilusão;
Mas talvez eu seja... Quem saberá...
São Paulo, 11 de Abril de 2010