Invensões malfeitas

Às vezes,

Percebo em minha volta,

Um menino que fui e que não o sou mais...

Eu era tão bonzinho

Que fui engolido pelo monstro que sou.

E hoje sou tão mau que me acham bonzinho.

Eu posso ver os demônios...

Venham,

Sentem-se aqui para confabularmos juntos

Sobre o que fazer desse mundo enganado...

Sou honesto para dizer quem sou,

E sou o que digo!

Não prometo nenhum éden nem algum céu caiado de mentiras...

Isso é conversa!

Eles são os mesmos malvados que os levaram a morte...

Venham comigo para um mundo novo

Em que nós somos os próprios deuses...

A morte é a nossa esposa de amanhã

E antes de deitarmos com ela

Façamos de nós maiores,

Intrépidos,

Vorazes,

Iguais...

Assim haverá verdade longe das disparidades.

Invenções malfeitas,

Esculpidas com o tempo...

Uma merda que se deteriora...

Às vezes,

Percebo em minha volta,

O velho que um eu dia serei.

- Seremos!

Então sejamos todos iguais.

As mudanças são boas e más...

Por isso prefiro ser eu.

Washington Machado
Enviado por Washington Machado em 09/04/2010
Código do texto: T2186666
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