VIAJANDO
VIAJANDO
Joyce Sameitat
Escuto o escuro que fala silêncios difusos;
No portal da minha alma tão conturbada...
Me soam um tanto e quanto confusos;
Um vago som de noites de serenatas...
Que do passado ele trouxe muito vaidoso;
Para levar de arrastão para o futuro breve...
Enquanto meu ser entre assustado e jocoso;
Capta dele pensamentos com a alma leve...
Vai o escuro caminhando em sua sombra;
Evitando passar pela lua que tanto brilha...
Enquanto que esta de esguelha só sonda;
Iluminando de qualquer forma da noite a trilha...
Minha alma segue de longe bem curiosa;
Tentando pegar um pedacinho do escuro...
Está por demais eu diria... Sequiosa;
Para ler o que nele é tão estranho e obscuro...
Mas é atropelada pelo silêncio em ondas;
Que mergulha num mar de obras inacabadas...
Enquanto que ela espantada então ronda;
Nela própria confusa e um bocado alterada...
Quer ver o sentido disto que penso não tem;
Está apenas com ela eu diria a brincar...
Acordo então assustada com o big ben;
Em meu ouvido barulhento a badalar...
Loucura esta que não sei como explicar!
Viagem que faço num constante vai e vem;
Talvez tentando a mim mesma achar...
São Paulo, 08 de Abril de 2010