COMO LUA
COMO LUA
Joyce Sameitat
Como a lua eu a noite sempre apareço;
Mesmo que ela não dê o ar da graça...
E dentro de mim mesma eu transpareço;
Alertas e alarmes com sinais de fumaça...
Não tenho luar como minha companheira;
E vago qual sombra vaga na escuridão...
Ao contrário dela eu não sou tão altaneira;
Mas sempre transponho os limites do coração...
Diria que minha visão é a infra vermelho;
E que minha alma volteia a mim própria...
Me camuflo no que quero, até em escaravelho;
Para não me deixar tomar ou encher-me de glórias...
Sinto a liberdade de quem voa sem destino;
Que durante o dia pousa suavemente no chão...
Mas quando aqui embaixo me vem o desatino;
Pois quero voltar logo para a imensidão...
Sonho então que sou da lua centelhas luminosas;
Que de se mostrar brilhante não tem o poder...
Ao menos lá em cima eu sou toda vaporosa;
Já no chão fico alerta e tento me esconder...
Sou da lua em escala menor um negativo;
Que arvora-se em querer como ela iluminar...
Tenho do seu humor todos os lados intempestivos;
Quando desço fica no alto todo o meu sonhar...
Sou nova neste instante e tento até repousar!
Mas me sinto como que em fase minguante...
Quando eu for crescente em mim, deixa estar;
Serei da lua cheia a alma por alguns instantes...
E junto com ela então eu poderei brilhar!
São Paulo, Dezembro de 2009