IMAGINAÇÃO
IMAGINAÇÃO
Joyce Sameitat
Imagino-me no mar ao ar revoluteando;
As barreiras da realidade ultrapassando...
Com ondas quebrando meus sentimentos;
Qual as intempéries forçadas pelo vento...
E nos clarões da lua eu vou me apagando;
Para deixar somente ela no céu brilhar...
Sou pura fantasia na areia ora afundando;
Enquanto minha alma se eleva ao ar...
A ponta da praia que a noite é espelho;
Reproduz minha imagem distorcida...
Estou aos seus pés mas de joelhos;
É o que me mostra a alma lá de cima...
E na brancura azulada ornada pelo vento;
As ondas chegam e embaçam a imagem...
Sinto-me como que perdida nos tempos;
Desfazendo-me e seguindo qual aragem...
Só a lua e o mar vêem o que acontece;
Tudo o mais é cercado de pura solidão...
Elevo o meu ser como que em prece;
Pedindo para ser da lua o seu clarão...
Quando dou por mim aqui meio acordada;
Vendo da janela do quarto o sol a raiar...
Sinto-me momentaneamente desconsolada;
Pois foi tão real que por momentos vi o mar...
São Paulo, Novembro de 2009