Mata-me e Ata-me

Mata-me e ata-me

Mata-me e ata-me a teu corpo, teus ossos e a todos teus sentidos.

Transborda meu cálice de malícia e envenena-me com uma dose de tua inocência.

Desnuda-me a mente aproximando-me de tua castidade.

Mata-me a ata-me a tua libido, teus medos, tua insegurança.

Rompe teu rosário de perfeição.

Molha com teu pranto a secura de minha alma.

Roça com tuas carícias os espinhos do meu coração.

Santo e pecadora, almas enamoradas.

Amordaça-me com tua língua, cega-me com teu olhar e ensurdece-me com tuas palavras.

Tenho fome dos teus beijos e sede de tua saliva.

Quero intoxicar-me com tua sabedoria.

Deixa-me ser teus olhos, tocar-me com tuas mãos.

Quero por ti morrer, e em ti sentir-me viva.

Atira-me com força o espelho que há dentro de ti, e corta-me os pulsos com os cacos de meu próprio reflexo.

Tinge teus lábios com meu sangue derramado, faça-me o amor profanamente sagrado, cospe-me teu desejo reprimido.

Seja feita tua vontade, ressuscite teus demônios e exorciza a bondade.

Libere a paixão e encarcere a emoção, guarda-me do teu vinho para a nossa comunhão.

Queima-me esquentando minha fria pele com o teu ardor.

Confessa-me tua sensualidade.

Embriaga-me com teu suor

Ata-me eternamente a teu corpo.

E mata-me loucamente de amor.

Patrícia Gosuen Rios 07/04/2010.

Patricia Gosuen Rios
Enviado por Patricia Gosuen Rios em 07/04/2010
Código do texto: T2183729
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