Mary Selvagem (Nosso Sustento)
A rainha da colheita
está a aquecer na treva
sua carência de amor
Chegou como que do nada
como que em busca
de uma simples flor
Trouxe consigo a experiência
de quem tecera
mil vidas e mil destinos
Filhos amantes e caminhos
em seu retorno de tecelã
veio digitar seu rebanho
Desta vez a rainha dos grãos
tal como Osíris, floresceu
na estranha e cinza vegetação
Seu apartamento pequeno
dividiu com outras cinco minas
todos os danos e sortilégios tvvisivos
Quis ser feliz, só colheu atritos
malditos horizontes, insetos, demônios
e periquitos. (Uma cultura sem espírito)
Pensou com seu pensar miúdo
que deveria, da próxima vez, ter
mais zelo com sua volta.
Esse Universo é grande
cheio de armadilhas. Viveu
sem suportar nem sol nem vida
Mãe, amante e mulher da vida
Cresceu a carne entre os animais
do planeta Homo sapiens/demens/sapiens
Dia a dia migrou, saiu em fuga
querendo levar consigo algum
algum conhecimento transcendental
Talvez se pudesse ajudar
quem sabe, a escolher melhor
outro horizonrte, ninho e sina
Nesse mesmo momento
em algum lugar do Universo
uma criança nasce e chora
(Numa cidade cinza)
Em pouco tempo, mãe,
de sua urna nascerá
uma raça sem raízes
Um paganismo neo-pós-moderno
antigo como os Celtas
e os solstícios
Novo. Como uma nova
Idade da Pedra. Troglodita
como esse continuum espaçotempo