Poesia Livre... Aprisionada !
Verti lágrimas de sangue
Senti a dor fluir pelas veias
Rasguei manifestos negros
Para encontrar a centelha
Olhei-me no espelho
Sofri na pele desejos cinzentos
Onde estão as cores do arco íris?
Elas ousam se esconderem
Entre os escombros finos
Hei de fazer um refino
Da minha saudade...
Escrevi versos em branco
Sentada na alcova de um banco
Nessas masmorras negras
Cela de uma monja que verseja
Fiz meu lar desarrumado
Corpo alquebrado
Nos meus pensamentos
Vive daqueles momentos
Uma mulher livre renasce
Inteira aqui transparece
Aprisionada neste frágil corpo
Quer de vez libertar-se à vida
Como gritos de revolta
Compõe e a tristeza solta
S entimentos ao vento
I ntensos e propensos
L amentos soltos
E nvolventes e desenvoltos
N avegam a minha alma
C uriosa por vezes acalma
I nstante que inflama
O rações de joelhos na cama
...
Tantos medos escondidos
Perdidos nos tempos idos
Na profundeza da memória
Busco em ti a minha vitória
Entre os escombros da saudade
Pressenti a própria história
Melodiosa sinfonia de glória
Gritava pela liberdade...
Vislumbre entre as brumas
Do sopro da eternidade
Dueto: Maria Flor & Hildebrando Menezes