CAMINHADA
CAMINHADA
Joyce Sameitat
O frio atropela todos os meus pensamentos;
Que distam de mim qual viagem até a lua...
Tento me achar nos meus esquecimentos;
Enquanto caminho aleatória pelas ruas...
O cimento não absorve as minhas pegadas;
E eu não percebo por onde vou andando...
Com marca de saudade em mim tatuada;
Vou assim meio aérea por ai trafegando...
Penso escutar o meu nome bem alto;
Mas é apenas ilusão da minha mente...
Que sai de mim e se joga no asfalto;
Tentando mostrar-me que está presente...
Dei por conta disto bem mais tarde;
No momento que ela pulou não percebi...
Estava tão envolvida com minha saudade;
Quando dei por mim, vi que a perdi...
Agora cá me encontro eu caminhando;
Esquadrinhando o chão com atenção...
Tentando achá-la em qualquer canto;
Mas dou comigo mesma de encontrão...
Dissipou-se no ar talvez;
Virando do gelo pingente...
Beija o vento minha tez;
Levando-a indiferente...
Estava bem escondida;
Como flor no coração...
Agora caminho perdida;
Seguindo do vento a direção...
Para capturar esta bandida;
Que levou junto o coração...
São Paulo, 05 de Abril de 2010