A solidão do poema
Quando solitária
estou na noite
e quando pessoas
apagam as luzes
e se recolhem
Prescrevo que
todos os poetas
do mundo deveriam
acender suas
lâmpadas e luzes poéticas
Poderiam irradiar
as circunferências
das letras e dos convexos
e clarear a paisagem
atravessar o mar bem rápido
numa ou duas existências
sempre como crianças
que buscam os versos
Poetas deveriam
legislar decretos divinos
Quando todos pedem abrigo
penetrar em sóis
como luz vital
e cantar seus amores
sem estranheza ao tímido universo
Quão solitário é o vento
ao sentir a cálida tarde
Quão triste é a época
sem perspectiva
Quão triste é o poeta
que deixou a poesia
pulsando sons
incorpóreos e inconformados
Da Vida Poética
Seria estranho temer algo
Do Poeta morto
seria fúnebre cobrar ressureição
Dos poemas secretos
seguramente guardados
não dá para confiar o amanhã
Poetas e poemas não se
apagam a si próprios
São lâmpadas e luzes poéticas.
BHZ, 08 de janeiro de 2010.