OCULTO
OCULTO
Joyce Sameitat
Tenho o coração todo acarpetado;
Por ilusões e sonhos em excesso...
Formam como que fios emaranhados;
Tento achar alguma ponta sem sucesso...
Por cantos antes nunca sondados;
Trafega minha mente no congestionamento...
Sinto-me em mares nunca navegados;
Dos meus próprios e ininterruptos pensamentos...
Tento acuá-los um pouco para ver;
O que dentro de mim mais eu trago...
Mas está tudo rápido a se esconder;
E no belo carpete eu me sinto um trapo...
E eu que pensava até me conhecer;
Descubro dentro de mim uma estranha...
Uma face que não quer aparecer;
Cada vez mais em mim se entranha...
Já nem consigo a estas alturas saber;
Por onde andam meus pensamentos...
Só sei que me fazem é enlouquecer;
Procurando a mim mesma por dentro...
Daquilo que só quer se esconder!
São Paulo, 01 de Abril de 2010