Cadeira
 
E entao procurei uma cadeira.
Nao sabia examente o que procurava,
Mas sabia que mais tarde ou mais cedo
Eu a encontraria.
Talvez até mesmo já a visse
Do lugar onde eu estava.
 
Queria uma espreguiçadeira
Daquelas imensas,
De madeira.
Ou uma cadeira de espaldar
Alto
Como o maior sonho de um homem.
Pensei que a queria de plástico
Ou forrada com couro,
Com entalhes em ouro.
Mas talvez a quisesse de madeira,
A minha cadeira.
 
Busquei então aquelas poltronas
Macias e reclináveis.
E me sentei,
Sentindo-me uma velha matrona.
Pensamentos abomináveis
Me assaltaram então.
E foi aí que disse não
Às caras poltronas de matronas.

Que cadeira então compraria?
Pois quem procura uma cadeira
A quer por uma razão
Que só dessa maneira
Despontaria.

Mas que fraca pontaria:
De tanto procurar cadeira
Acabei perdendo a razão.
E hoje, nem ouro nem madeira,
Ou plástico sem brasão.
E hoje, ah,
Hoje sento no chão.
 
080310
 
Fábio Codogno
Enviado por Fábio Codogno em 01/04/2010
Código do texto: T2170601
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