A CANETA E O TECLADO
Segura-me em tua mão
Coloque nela toda tua emoção
Prende-me por entre teus dedos
E acaricie sem temer... Meu peito
E eu me deitarei nesse branco leito
Por onde roçará tua pele com jeito
Deixar-me-ei entregue aos teus desejos
Coberto pelos teus ardentes beijos
Ofertarei a ti todos meus segredos
Depois estendido por sobre a mesa
Degustarei teu corpo como sobremesa
E farei morrer todos os teus medos,
Os dissabores pelos quais passaste,
As dúvidas cruéis que alimentaste
Sentimentos platônicos que um dia vislumbraste
Nada restará para ser desvendado
Teus afetos bem ou mal resolvidos,
Teus lamentos escondidos
Tuas paixões não correspondidas
A dor sentida das despedidas
As emoções que por ti foram contidas
Os vazios intransponíveis serão preenchidos
Desejos que se tornaram tão reais
Na sinfonia de amor dos nossos ais
Embora tudo às vezes tão antagônico...
Verdades e mentiras camaleônicas
Nós dois juntos seremos síntese
Da união da tese com a antítese
Quereres reprimidos ou não
Tu sabes... Coisas do coração!
Tudo no papel descrito com paixão
Só eu e você... Sem mata-borrão
Prometo, por fim, traçar uma linha
Tênue entre o teu cérebro e coração
Que chegarão até mim,
Pelo simples manuseio de tuas mãos.
Assinado: A CANETA E O TECLADO
Dueto: Malu Monte e Hildebrando Menezes
Nota: Inspirado no texto original de Malu Monte intitulado ‘ENIGMA’ publicado no Mural dos Escritores
http://muraldosescritores.ning.com/profiles/blogs/enigma-malu-monte?xg_source=activity