SEPARAÇÃO...

Chegou sutil, suave e mansa

Com um hálito de framboesa

Roçou os lábios em minha boca

Sussurrou-me palavras roucas

E declamou seus versos soltos

Acordou feras de múltiplas fúrias

Deixando a pele como um veludo

Fez de meu corpo o seu escudo

Depois deitou um olhar lânguido

Numa volúpia de causar espanto

Ambiente dominado agora é seu...

Faz dele como se fosse uma alcova

Espremeu todo o néctar da uva

Perscrutou uma a uma as células

Liberou seu canto de liberdade

Como no vôo de uma libélula

Foi um oásis no meu deserto

No mais refinado amor intenso

Sem temores e nem percalços

Estremeceu os meus alicerces

Esmiuçou todos os labirintos

E agora não há mais reverso

Queimou o fogo do universo

Doou o que há dele no berço

E me deixou no alvoroço

Depois rezou uma prece

No silêncio desaparece

Quem sabe ela não volte?

Ah! Perdoa o impulso... Poetisa doce!

Hildebrando Menezes

Nota: Inspirado em “MORADA” de Luciana Lopes

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 18/03/2010
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