TECLAR
TECLAR
Joyce Sameitat
Teclo enter bem de leve para na alma eu entrar;
Não posso pisar no delete senão vou me estornar...
É... Meu coração se misturou com o computador;
Foi meio que sem querer, mas sentiu um ardor...
E quando deu por si, já era tarde demais!
Não sei o que vou ver no espaço cibernético...
Vejo muitas luzes mas sei que não astrais;
Em meio a sinapses de fios diria epiléticos...
Como entrei e como vou sair eu não sei não;
Mas meus pensamentos cantam com a canção...
Que na máquina eu ouço com teclas a tocar;
Mundo estranho este... Sinto só contradição...
Preciso de qualquer jeito uma saída achar!
Certa melancolia me invade e vem do computador;
Ele como eu ri bem alegre e chora com muita dor...
Me diz para nele teclar com toda a força que puder;
Tem a alma metade masculina e a outra mulher...
Me instrui para dar esc até ele começar a tremer;
Maneira estranha esta para as coisas acontecerem...
Faço o que ele me disse mas não sei o que vai ser.
Sinto muito sono e meus olhos a se amortecerem...
Dou por mim desacordada;
E ao mesmo tempo não...
Que aventura exagerada;
No teclado repousam as mãos...
E percebo que fui roubada;
Ficou nele um pedaço do coração!
Desligo ele com muita dor;
Ligo... E me sinto inteira...
Ele pegou também amor;
Me tomou por companheira...
Sonho para lá de mirabolante;
Que muito mesmo me assustou!
Porque nele o mais intrigante;
É que quase realidade se tornou...
São Paulo, Setembro de 2009