O menino e as Borboletas

Conheci uma vez um menino

que era fito nas estrelas.

Andava observando as coisas da vida

e nelas, colocando seu dom especial.

Todos que nele tocavam,

com suas palavras de amêndoas doces,

sentiam-se inebriados e logo

eram ateados de encanto por esse pequeno.

Esse menino recusava-se a crescer.

Passava pelos dias colhendo borboletas para oferecer.

Elas eram coloridas e sopravam-lhe as pálpebras,

então ele ria. Como ele sempre ria.

Tudo e todos à sua volta se enterneciam

pela brandura que tateava as palavras.

Ele quase podia ver a aura das letras,

se juntando e formando constelações,

cujos sons eram tão suaves

que quase não faziam nenhum barulho.

Seus olhos eram tão maiores que todo seu corpo,

que se tornavam de entrada, um portal,

para uma dimensão de magia.

A mesma que fazia o menino exalar sorrisos.

E ele se ria.

Fazia uso da lógica, da poética, da estética e da gramática.

E tinha tanta percepção de como o outro se sentia

que respondia perguntas que não tinham sido feitas.

Pequenas sombras coloridas

na espreita de acontecer

Era surreal e dele, nada mais se sabia,

além de que espalhava alegria onde quer que andasse,

aonde suas mãos e sorriso chegassem

e era assim que eu o via.

De que estrela será que ele veio?

De que matéria luz teria sido feito?

Penso que ele não existia,

Que talvez tenha sido mais uma

das insanas e inocentes

invenções minhas.

AndreaCristina Lopes
Enviado por AndreaCristina Lopes em 17/03/2010
Reeditado em 23/11/2010
Código do texto: T2144492
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