O menino e as Borboletas
Conheci uma vez um menino
que era fito nas estrelas.
Andava observando as coisas da vida
e nelas, colocando seu dom especial.
Todos que nele tocavam,
com suas palavras de amêndoas doces,
sentiam-se inebriados e logo
eram ateados de encanto por esse pequeno.
Esse menino recusava-se a crescer.
Passava pelos dias colhendo borboletas para oferecer.
Elas eram coloridas e sopravam-lhe as pálpebras,
então ele ria. Como ele sempre ria.
Tudo e todos à sua volta se enterneciam
pela brandura que tateava as palavras.
Ele quase podia ver a aura das letras,
se juntando e formando constelações,
cujos sons eram tão suaves
que quase não faziam nenhum barulho.
Seus olhos eram tão maiores que todo seu corpo,
que se tornavam de entrada, um portal,
para uma dimensão de magia.
A mesma que fazia o menino exalar sorrisos.
E ele se ria.
Fazia uso da lógica, da poética, da estética e da gramática.
E tinha tanta percepção de como o outro se sentia
que respondia perguntas que não tinham sido feitas.
Pequenas sombras coloridas
na espreita de acontecer
Era surreal e dele, nada mais se sabia,
além de que espalhava alegria onde quer que andasse,
aonde suas mãos e sorriso chegassem
e era assim que eu o via.
De que estrela será que ele veio?
De que matéria luz teria sido feito?
Penso que ele não existia,
Que talvez tenha sido mais uma
das insanas e inocentes
invenções minhas.