Arremedo de Poeta
Minha poesia é arremedo,
lugar comum, banalização, e outros que tais.
Caricata como é,
o que menos a desagrava
é não se deixar esquadrinhar pelo racionalismo
- verdadeira antítese poética.
Sem tom, sem versos,
e entregue ao desalinho de versos e reversos desconexos,
segue, a transmutar-me, do patético ao poético,
do maléfico ao benfazejo,
da indiferença ao mais ardente desejo.
Prosa: visão de vida!
Poesia: cosmovisão!
Uma e outra: visão excludente;
combinadas: transcendente visão.
Queria que minha poesia,
tivesse a visão libertária dos poetas íntegros,
para que eu pudesse deles alçar o mesmo vôo,
e partir em debandada pelos ares do mundo.
Ao aterrissar; a prosa!
Ao decolar: a poesia!
Dualismo indispensável,
completude, macrovisão.
Minha prosa é arremedo,
minha poesia também;
mas o meu amor infinito em poesia,
e minha poesia infinita em seu amor.