Sangue

Rio de fogo contido em minha fibra

Magma suave jorrando pulsando e pululando

Luz de minhas entranhas reluzindo índigo nas íris

Estalos espirros e estampidos superssônicos da faunaflora interna.

Quisera imiscuir-me de toda responsabilidade

Mas este não definitivo ao julgar ao discernir é ele o tédio fatal

Quisera apagar de mim todo senso de culpa

Mas ínterim despregariam da alma também todos risos das conquistas.

Sente e transpira e talvez uma e outra coisa não sejam ambas uma mesma

Enfurece-se e redime-se e quem sabe mesmo a mudez da agonia seja uma paz inconsequente.

Que nobre transgressão esta de esquecer-me do violento intrínseco em minha herança

Que benevolente repúdia a todo soberano de ataraxia a todo idólatra impune a cada despeitoso mestre.