DESSE SILÊNCIO

Desse silêncio

nasceu essa flor vazada

na cor da tua alma,

onde pousou o pássaro selvagem

em migração, emplumado de céu

buscando atravessar as nebulosas

de tua consciência.

Se perfumas os caminhos,

quando choram as roupas sobre a pele

e nos teus olhos repousam as solidões

das eras,

é porque a esperança e a saudade

em ti construiram seu templo

onde a vida ainda respira

apesar de todos os pós

precipitados sobre o teu rosto.

Ainda refloresço-me a cada dia

nos vales claros dos teus olhos.

(Direitos autorais reservados)