Lapidador

A Eternidade viva

Todo instante enclausurado no monumental impostergável do já infindo

Nós gemas raras

Estrelas multicôrmultitôm versando ao negrume da meianoite suas signatas em névoas néon inefáveis.

O amor tão simplório e sagaz

Solução tão complicada

Assaz pungente e lancinante

Nos fendendo em abismos de vórtices plásmicos

Unfinitudes em vôo quântico tão bregas e mesquinhas

A purificação tão ardil e perniciosa de nossos umbrais enfadonhos

Seus lamentos fora do tempo amargando as entranhas da mãe

O mar refulgente de platina do coração do tudo

Estático e extático em progressão geométrica multipolar exacerbada

A pedra de luz digital sem fim que é cada mínima indivisível partícula do cosmos.

Uma inguinorância sacana esclarecendo aumentando o volume do estéreo

Os pés lépidos tépidos déspotas mártires de toda alegria ardente e muda do bailado elememental

O hálito pulsante duma biosfera sem últimas instâncias

O ar livre de nossa morada beirando cingindo a tangente púrpura do impétuo

Nossos ângulos e eixos e demandas e gozos

Nosso musgo nosso gosto nosso nojo e o doce

O inevitável infinitamente recorrente macio e deleitoso como pudim de leite da vovó

A vida que se esquece de viver

Se esquece de planejar e de maldizer

A vida que se esquece de si no apogeu de sua glória

O patamar sem nome nem rumo de sua maturidade

Seu labirinto desovando o suspiro da presença.