O Sono de Deus
Pálidas são as cores
do quarto onde amanheço.
As velhas roupas,
esperam-me amanhã,
para o embarque.
Cedo, chego à estação.
As pessoas olham-me,
iluminadas pelos faróis
das locomotivas.
Sigo as trilhas do tempo.
Medos corroem as unhas,
quebram os dedos.
Loucas são tuas palavras
-dizem algumas almas.
Atrás das portas,
espelhos se quebram.
Passeio pela casa, paro,escrevo
e interrogo a mim mesmo.
Onde encontrar as respostas
para esse vazio infindo?
-Não sei, não sei, não sei.
Sobre nuvens,
Deus continua dormindo.