Borboletrismo

Improviso agreste

Tangenciando a esfera sem medida de meu pulso

Balbucio sem pressa

Cochicho e sussurro

Faço buxixo e rebuliço

Feliz à beça.

Não toco o que sei

Toco o que ouço

Pingo os pontos e deixo os ís incompletos pra um leitor arguto coparticipar.

Vem o refrescante toque duma comunhão despreocupada

Vagas de sorrisos e temperanças entre parceiros da malemolência

Entre irmãos na dureza leal.

Com uma mão somente me faço diluir e alentar aos acompanhantes suingantes

E com a esquerda a torta canhestra brinco de contraposições injustas na disputa sem regras da capoêra

Não preciso de muito

E nesta sorte

Ou neste azar se assim convém ao pressuroso

Faço-me necessário somente a este ou àquele

Mas são estes e aqueles mui especiais

Sinceramente indispensáveis

A mim ao menos

Morosos aliados indispensáveis enfim

Como o contraste perfeito da solidão sadia

Um contraste que é como o contraste entre o verde e o roxo

Mais um complemento que uma oposição.

E nossos amarelos e anís seguem acasalando

Até promessas de matrimônios indizíveis rasgam o ar em shiatsus amorfos

Nutridos de volúpias infatigáveis

E isto entre irmãos

Sempre e somente

Entre os que se entendem entre si na completa remissão das ânsias de definição e compreensão propriamente ditas

Compreensão no sentido laico e tedioso do atravancado cientista.

Pouco a pouco marcamos à pedra novas leis fugazes

Registramos a estória do que há de ser lenda e mito na pátria sem nome de nossos benfazejos descendentes

Pouco a pouco com foices de diamante vindimamos as liras e podamos as vinhas de nossos jardins transcendentes

Cultivamos as hortas sem fim de nossa nação simplória e alegre

Tão sofisticada em seu primitivismo.