o passageiro
o abutre se nutre do que não convém
mas isso é pra gente, pra ele é vida
o que é pra gente matéria perdida,
pra ele não há o que faça tão bem!
e fica rondando a carniça esquecida,
julgando que ela o dono não tem
e se esse dono estiver no além,
aí a carniça será merecida
o abutre não tira o que é de ninguém
só chega no fim da batalha perdida
não pode evitar o olhar de desdém
de quem se imolou da intenção comovida
de achar que o abutre é o apito do trem
que no fim do túnel não viu a saída...
Maricá, 28/02/2010