DIAS, NOITES MOSAICOS
Sem sombra, isso, não tem sombra.
Existe um branco, ofuscante,
mas ele não tem sombra.
Sensível,
pressente haver sombras em torno
que cercam que o rondam sorrateiras
com pés de molambo,
bailando em seu redor.
Sente o frio do aço de
suas línguas compridas a
lamberem suas atitudes, seus gestos,
seus pensamentos,
seus tímpanos furados por
lanças finíssimas, incandescentes,
semeando profecias absurdas.
O homem, paciente, segue seu caminho,
ignorante às sombras que
circunvagam seu destino errante.
Ele espera a noite.
Como um notívago inveterado
sorve goles homéricos de insônia,
mergulha na escuridão...
As sombras, ah as sombras...
Engolidas, confundidas
pelo negro das noites,
atônitas, gemem aflitas...
Engolfadas em seus próprios venenos
atiram-se umas às outras...
O homem, resoluto,
amante das notívagas, das insones,
das mulheres sem sombras,
caminha pela margem do rio da Vida
ao encontro da foz no mar da Morte...
Como escudo,
a paciência de um solitário,
sem sombra...
Sem sombra, isso, não tem sombra.
Existe um branco, ofuscante,
mas ele não tem sombra.
Sensível,
pressente haver sombras em torno
que cercam que o rondam sorrateiras
com pés de molambo,
bailando em seu redor.
Sente o frio do aço de
suas línguas compridas a
lamberem suas atitudes, seus gestos,
seus pensamentos,
seus tímpanos furados por
lanças finíssimas, incandescentes,
semeando profecias absurdas.
O homem, paciente, segue seu caminho,
ignorante às sombras que
circunvagam seu destino errante.
Ele espera a noite.
Como um notívago inveterado
sorve goles homéricos de insônia,
mergulha na escuridão...
As sombras, ah as sombras...
Engolidas, confundidas
pelo negro das noites,
atônitas, gemem aflitas...
Engolfadas em seus próprios venenos
atiram-se umas às outras...
O homem, resoluto,
amante das notívagas, das insones,
das mulheres sem sombras,
caminha pela margem do rio da Vida
ao encontro da foz no mar da Morte...
Como escudo,
a paciência de um solitário,
sem sombra...