O CHEIRO DAS ORQUÍDEAS
CANTO II
A INFILTRAÇÃO
A nuvem-inhaca de bode recolhido paira sobre as torres do castelo antecipando a noite lençol negro testemunha de entranhas esfaceladas entre gemidos, gritinhos de safadeza... O cheiro ardente queimando, perfumando narinas, poder inebriante, espreme-se entre as fendas das fechaduras penetrando, estuprando, empesteando as alcovas, lambendo coxas, púbis estrebuchando sob cintos de castração. Gritos ecoam, soam, ressoam pelo átrio, arenas... Alicerces das masmorras tremem. O nome do ferreiro é suplicado em estertorantes surtos apocalípticos. A hora é chegada. Cio atiçado...