O CHEIRO DAS ORQUÍDEAS
CANTO I
O AVISO
Ó virgens, donzelas, senhoras sazonadas, aprofundai vossos fossos, levantai vossas pontes, baixai vossos portões de ferro, atravancai as portas de vossas alcovas... Cubram-se de anáguas, espartilhos, vestidos pesados, afivelai os cintos de castidade, girem os cadeados, engulam as chaves... Eis que faminto, sedento, atraído pelo cheiro sumarento de vossas orquídeas rubras, me aproximo... Os sinos dobram anunciando a noite... Ouço gritos, suspiros longos, o estalar de maldições cuspidas expurgando a madrugada...