Absens...

Ausente estiveste pela vida

Plantaste o destino que hoje rejeitas

Em teu silêncio repousas enfim

Mergulhado no tempo

Levado pelo vento frio e mortal

Memorial do mal

Em meio a paisagens inertes.

Tu não ves beleza

Sequer teu olfato sente perfume

Os teus olhos enevoados

Apenas percebem a nostalgia

Que o descaso criou

Em rústicas notas mortas

De um canto consumido em dor.

Tu te tornaste teu próprio algoz

Ao ser tirano e sem nobreza alguma

Deste o fel em lugar do mel

Hoje bebes teu cálice amargo

Embriaga-te em fontes escuras

Saboreando o teor da derrota

Negras nuvens são o teu teto.

Por luz existe apenas a sombra do teu egoísmo

Tuas vestes são mortalhas manchadas de lágrimas

Teu alimento o sangue dos teus martirizados

E o som que ouves são gritos de agonia

Saindo do âmago dos desesperados

Teus dias amanhecem escuros

Teu sol se eclipsou no passado.

Em ruínas estão tua esperança

Já não há uma gota de verão

Rios encharcam a terra infértil

Mas não nascem flores

Os amores feneceram

A alma da vida foi-se para sempre

Mergulhada em tua "ausência"...

by Me

Marissol Yozzeph
Enviado por Marissol Yozzeph em 17/02/2010
Código do texto: T2091753
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