À MINHA AMADA

Peripatético,

caminho sobre minha amada Fortaleza coberta

de tecido betuminoso já roto

pelas neblinas cajueirinas de novembro...

Ando por suas coxas imensas bronzeadas pelo sol do ano todo

metidas em meias-calças bordadas em

grãos de sílica cintilantes,

dignas de uma Iracema rebelde dos seios de mel...

Entristeço-me em vê-la, ainda,

com algumas erupções cutâneas tornando-se crônicas...

Dizem, perpétuos prenúncios de

uma maturidade prematura...

Chuva característica surpreende-nos

trocando carícias...

Enfio as mãos dentro de suas coxas morenadas...

Bolino-a.

Deixa-me brincar, escorrer entre meus dedos

maciezes de suas intimidades...

O mar bravio esconde nossas malícias

cobrindo-nos de espumas...

Iracema, enciumada, arco em guarda,

ler nossos corações...

Joseoli
Enviado por Joseoli em 15/02/2010
Código do texto: T2088455
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