ORGIA

A noite já não era mais meia, mas meia-noite,

a floresta avermelhando-se em relampejos.

Das árvores negras com folhas de morcego,

rasgando a mata chega em alardeios

Lúcifer, ordenando a orgia em vinhos orgásticos,

nas cuias rasas, nuas, dos teus seios.

A devassidão reinava sempiterna.

Gritos de prazer, salivas jorrando em mil veios,

donzelas puras, nuas, ofertando hímens,

bárbaros partindo-os com estocadas, floreios,

Lúcifer, orgulhoso, bradava: sirvam mais, mais vinho,

nas cuias rasas, nuas, dos teus seios.

Quando a madrugada despertava da letargia,

a mata espreguiçava-se pelos gorjeios

dos pássaros anunciando a alvorada,

a floresta recompõem-se e de anseios

já alcançados Lúcifer vira fumaça.

Em folhas secas, as cuias rasas, nuas, dos teus seios.

Joseoli
Enviado por Joseoli em 06/02/2010
Reeditado em 06/02/2010
Código do texto: T2072476
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.