Oscilante, opaca, quase gaguejante,
concentrava sua atenção em labirintos do instante.
Quase sem saída,
sem clareza  ou transparência,
pelo menos parecia,
permanecia em silêncio,
com olhos fora de alcance
de si mesmo...
Onde estava? Incoerência?

Notas soltas escrevia, ia
de envelopes ou recibos,
jornais, qualquer tira de papel,
numa perfeita desordem voante
que assustava quem o via
e conhecia.

Em colagens, como em transe as fixava,
sem destino ou consciência
na mais pura intuição...

Do enigma profundo,
como ouvinte de si mesmo
decifrava o imponderável,
sem saída pra este mundo.