Dia Banal, Noite Transcendental: Brincando com Deus lá no Quintal
Hoje, acordei banal
Mediocridade deu o ar da graça
E eu não quero conversa com os que sabem algo
Com os que sentem o que eu não sinto
Com os que vêem o que eu não vejo
Hoje nao quero ir para as estrelas
Nem para nenhum mundo superior
Quero ficar aqui, quando a noite cair
Quero estar aqui, e deixar o guru partir sozinho
Com seus súditos discípulos, para o reino da luz utópica
Hoje não quero a transcendência
Mandem beijos e flores para seus arcanjos
Um salve lá para os budas e anjos intergalácticos
Hoje estou sem combustível para suas naves
Quero fazer de conta que os deuses não estão
Que o Deus está morto, como diria o filósofo doido
Afinal hoje estou banal
Medíocre, etc e tal
Vou dormir na rede, lá fora no quintal
Vou dormir com as estrelas, só com elas - lá no quintal
Sem orações nem livro de cabeceira
Só estrelas, rede e ar fresco da noite
Sono inocente, sem sonhos, sem mente
E no vazio inocente
Vou brincar com Deus,
vamos brincar com as estrelas lá do quintal, assim simplesmente
Igual fazia quando criança, longe de toda a gente