CONCRETO E ABSTRATO
Precisa de céu
prá ser poeta;
não precisa chão,
coisas concretas.
Que poesia ilude,
poesia transgride;
remexe a alma,
às vêzes agride.
Alvoroça até
a velha calma
ou adormece
quando se acalma.
Então, tantos poetas,
entre blocos, concretos,
perdem-se no abstrato
dos sonhos secretos.