Neófito
Prisões existem, assim como paredes separatórias
Amores e cometas não desviam sua trajetória
Meu coração repousa numa cama de espinhos
Antes de seguirmos nossos ditos caminhos
Levantei templos que quase beijam o céu azul
Agora é como se tudo fosse uma eterna tarde
Quieta e calma de um domingo no pólo sul
Naquele frio calor que congela e arde
Cada palavra voa por sete galáxias
Mas, quantos universos existem pra comportar
Tudo o que o Ser humano não acha
Tanto quanto não se justifica amar
Possa teu amor libertar-se
Do teu incompreensível medo
E então tu possas entregar-se
Ao que desejaste tão cedo
Enquanto isso, no espelho das águas
Vejo teu futuro tão incerto
Vagando entre corpos e almas
Que de tão longe, se fazem perto
Feito quasares na tua alma
Quero entrar pelos teus olhos
E na minha precipitada calma
Tornar-nos eternos!
E possuir-te, como a morte possui a vida...