PARAÍSO
Aquele túnel do tempo me lançou para longe, para mais além...
pra lá, ou pra cá, ou para onde nunca tinha ido alguém, ou ninguém;
lugar banhado com o sol da nossa mais bela e mais doce esperança,
onde o mais recôndito sonho vem, fica, domina, sem erro ou tardança!
Ali, vi-me imersa na época eterna da minha maior alegria!
Ali era sempre tão jovem, e tudo era festa, e tão sem nostalgia...
E foi bem ali que encontrei o inencontrável, à espera, num vasto jardim,
sorrindo: um sorriso de eras, tão familiar, tão amado por mim!
Um todo de mim venerado, no olhar de criança, na beleza nua
de fora, de dentro: o segredo da chave que sempre, de mim, fará tua!
E eu disse: isto é um absurdo! E eu sei, todavia, que não é um sonho!
Não é! E enfim eu enxergo, da realidade, o engodo medonho!
Como pude achar que era vida
viver escondida
da felicidade?
Purgando a ausência da cor, do amor; sofrimento, aguando saudade?!
Entrei neste túnel do tempo que me devolveu a noção, o sentido;
onde te achei, e ao meu céu, para então, desta forma, ter sobrevivido!
E a luz, e as flores, perfumes, paisagens, aragens, e a tua presença!
Fecho, pois, o túnel, sem volta - é o meu Paraíso! Com a sua licença...
Com amor,
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