DERRADEIRO POEMA*
Me ultimo poema? quisera adivinhá-lo
Posso apenas indicar que decerto é de fé
Que na terra deixarei uma lembrança
Que acenda as estrelas que cintilem como velas que me vão iluminar
Que o vento se levante ameno silencioso e sorria para mim
Ele que levou tantos recados de mim
Um poema que revele os amantes que não tive e desejei
O amor que chorei e que guardei no coração
As flores sem cheiro mas lindas na sua superioridade
Singelo, integro, sim, que abrirá a janela de mim.
Ai darei a conhecer este meu ser
Aquele que nunca disse de mim
Essas horas desencantadas
Esses fervores aniquilados
Essas esperanças goradas
Esses tédios, essas alvoradas engrinaldadas
essa minha voz que fazia eco chamando-te
e.....tu não vinhas.......
Apenas fui avizinhando
Em versos de prantos de saudades de cantos
Sombreados alegres ou coloridos
Cantos de amor perdido sonhos, muitos sonhos não atingidos
Fantasias alegóricas fabulam imagens fantásticas
imaginárias gloriosas triunfadoras desprendidas choradas ou cantadas
Tão logo trovava ao sol estonteante como ao manto da noite
Sombreada vigilante me recolhia na plangência
Ah! Minha ultima poesia
Serei eu inteira sem subterfúgios que contará os meus pecados
Numa lírica que me traduz como a luz que sempre me iluminou
O meu pranto acalentando que sustentou
essa cruz que pesava sobre mim....
Meu último poema? será como uma pássaro que levanta voo
Abjurando tudo o que lhe possa impedir a liberdade
Meu poema será o voo livre, quebrados os grilhões
Sem passado ,sem saudade, apenas o livre encanto da minha poesia
falará de mim arrebatado como um suspiro
Irei direita ao horizonte fonte de luz futuro de eflúvios de jasmins
Essa pequenina flor nivea a minha preferida que aprendi a amar
Junto às pedras ensanguentadas arrruínadas desse anfiteatro assombrado
em terra desértica quente da minha amada africa
por onde vagueam almas de martires.
De tta
20~01~10