Antes do amanha
Gritarei em praça publica
Que todos são filhos da puta
Saio em disparada gritando em consoadas
Os disparates maiores do mundo.
Sem medo de nada.
Amanha irei morrer.
Insultarei o presidente
O papa, o rei, os donos do mundo
Pincharei tudo quanto é muro
Do burguês sacana.
Sem nada a temer
Amanha irei morrer.
Atirarei pedra na vidraça do palácio da alvorada
Vomitarei em cima da bandeira nacional
Urinarei ao pé do Cristo Redentor
Sem medo de nada
Amanha irei morrer.
Entrarei nas filas bancarias
E se ninguém me atender
Mandarei todos se danarem
E saio a exercer meu direito de cidadão
Sem medo dos seguranças
Amanha irei morrer.
Tomarei banho no chafariz da Praça 23 de maio
Se os guardas me barrarem
Jogo-lhes água na farda
E corro em direção aos trens
Nada me conterá
Amanha irei morrer.
E mesmo assim se o exercito consegui me conter
Se os guardas conseguirem me prender
Se o mundo me insultar perversamente
Não darei à mínima
Nada me importara
Amanha irei morrer.