Outeiro, montanha, cordilheira
Quando o sol nascer
Quando eu puder
Vou levar você, querido poeta
Para o alto de um outeiro,
Talvez a montanha mais alta
Quem sabe uma cordilheira
E de lá, veríamos;
bem longe
tudo aquilo
Que não queremos viver...
Veríamos nossos sonhos tão doces
Nossos poemas em claves de sol
Ou que sabe
eternizados
pela história da arte
Mas também, quem sabe?
Um aglomerado de gente...
se particularizando para sobreviver...
Se eu pudesse...
Eu lhe mostraria
as incoerências coletivas
as impossibilidades poéticas
as contradições da alma
as incongruências consequentes
que vemos no dia a dia
E no topo do outeiro
Ou na montanha mais alta
Quem sabe numa cordilheira
Construiríamos um castelo
Para abrigar todos os poetas
Aqueles que são lidos
Aqueles que querem nos prestigiar
Aqueles que já devanearam
Todas as suas canções
De vida simples, de modo simples.
De sonhos presumíveis...
Ah! Se eu tivesse a faculdade,
Eu reverteria o som dos ventos
Nas formas mais encontradas
Nas silabas mais estrelares
Nos pomos mais tenazes
Das letras mais perdidas
Eu abonaria todo o tempo...
Para recuperar as horas
Poéticas, cancioneiras
E o vácuo dos tempos...
que vaga pelo universo,
e depois retorna
eu tentaria ser poeta
uma vez mais
sempre perto de você...
bhz, 18 de dezembro de 2009
2 h