Eros I
Quando minhas mãos tocam teus seios
teu olhar faísca e, perfurando a íris,
adentra-me o cérebro.
adentram-se línguas as bocas.
entrecruzando existências
sensíveis, corpóreas.
corpos entrelaçados
pernas e braços, línguas e cabelos.
A língua quer tocar as fibras do teu coração
fazer fluir teu sangue em mim.
Dir-me-ás da loucura deste
gozo vão
com um desconhecido.
A loucura, meu amor, é do
dito são
o esquecido.
nus, corpos libertos,
flutuamos pela alcova
grito, consigo gritar.
No firmamento, uma cidadela
em pedaços, fragmentos do esplendor.
os braços enlaçam teu corpo
os lábios roçam tua testa
o espírito, felídeo que é, espreita tua respiração.
Aguardam o momento do adeus.